O Brasil está envelhecendo. A população idosa — pessoas com 60 anos ou mais — cresce ano após ano, e com ela surgem novos desafios e oportunidades para o país.
Atualmente, já são mais de 32 milhões de brasileiros na terceira idade, o que representa cerca de 15% da população total. Mas como é, de fato, a vida dos idosos no Brasil?
Segundo o IBGE (2024), a expectativa de vida no Brasil é de 76,4 anos, sendo:73,1 anos para homens e 79,6 anos para mulheres
Esse número tem crescido ao longo das últimas décadas, impulsionado por avanços na medicina, maior acesso a serviços de saúde e melhores condições de vida. Com isso, muitos idosos vivem não apenas mais tempo, mas com mais autonomia e disposição.
A saúde é, sem dúvida, o maior desafio para os idosos brasileiros. As doenças crônicas são comuns nessa fase da vida, especialmente hipertensã, diabete, osteoporose. problemas cardíacos, alzheimer e outras demências
Embora o Sistema Único de Saúde (SUS) ofereça atendimento gratuito e programas voltados à terceira idade, a superlotação, a demora em exames e a falta de especialistas ainda são entraves para um atendimento eficaz.
Por outro lado, cresce o número de idosos que buscam envelhecer com qualidade, investindo em exercícios físicos, alimentação saudável e acompanhamento médico regular.
A vida social dos idosos varia bastante. Enquanto muitos mantêm relacionamentos familiares saudáveis, outros enfrentam a solidão ou até o abandono.
Segundo o Ministério dos Direitos Humanos, mais de 60% das denúncias de violência contra idosos têm a própria família como autora.
Por outro lado, há idosos com vida social ativa, participação em grupos da terceira idade, igrejas, atividades voluntárias e redes de apoio emocional, o que melhora significativamente a autoestima e o bem-estar.
Nem todos os idosos conseguem se aposentar confortavelmente. Muitos continuam trabalhando por necessidade financeira ou por desejo de se manterem ativos.
Cerca de 25% das pessoas com mais de 60 anos ainda trabalham no Brasil. Muitos enfrentam preconceito etário no mercado de trabalho, sendo preteridos por sua idade.
O trabalho informal e autônomo é uma saída comum. Contudo, empresas e instituições têm promovido programas de inclusão para profissionais mais velhos, valorizando sua experiência e compromisso.
A imagem do idoso parado, isolado e inativo está cada vez mais ultrapassada. Muitos brasileiros na terceira idade vivem com energia e alegria, participando de grupos de dança e ginástica. viagens, cursos de línguas, informática e artesanato, eventos comunitários e culturais, jogos, caminhadas e esportes leves
O acesso a lazer ainda depende da condição financeira e da estrutura urbana, mas há um esforço crescente de inclusão em várias cidades.
Apesar dos avanços na conscientização, o abandono de idosos é um problema real no Brasil. As principais formas de abaondono são negligência emocional e física, falta de assistência médica e alimentação, isolamento social e desprezo afetivo. abandono em instituições de longa permanência
O Estatuto do Idoso (Lei nº 10.741/2003) considera o abandono como violação de direitos humanos, sendo crime punível com prisão.
Denúncias podem ser feitas para o Disque 100 (canal do governo para denúncias de violações de direitos humanos), as denúncias de maus-tratos e abandono de idosos aumentaram nos últimos anos.
Muitos idosos enfrentam também violência doméstica, exploração financeira e abuso psicológico, o que exige atenção contínua da sociedade e do poder público.
O Brasil possui uma legislação avançada no papel, mas ainda com desafios na prática. Entre as principais políticas e programas voltados para os idosos, destacam-se:
Estatuto do Idoso
Lei federal que garante os direitos à saúde, transporte, lazer, trabalho, dignidade e respeito às pessoas com mais de 60 anos.
Prioridade no atendimento médico, processos judiciais e programas habitacionais.
Sistema Único de Saúde (SUS) – oferece atendimento gratuito, vacinação e programas de acompanhamento de doenças crônicas.
Benefício de Prestação Continuada (BPC) – ajuda financeira mensal para idosos com 65 anos ou mais, de baixa renda, que não têm meios de se sustentar.
Gratuidade no transporte público – garantia de passe livre nos ônibus, metrôs e trens urbanos para idosos.
Centros de Convivência e Casas de Acolhimento – esspaços mantidos por prefeituras ou ONGs para lazer, acompanhamento psicológico e atividades sociais.
Apesar dessas iniciativas, muitas políticas públicas ainda não chegam com eficiência a toda população idosa, sobretudo em áreas rurais e periferias urbanas.